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STF Lacra Celulares de Advogados em Sessão e Acende Alerta sobre Prerrogativas e a Independência da Defesa

STF lacra celulares de advogados em sessão, gerando reação da OAB, que aciona Zanin por violação de prerrogativas e risco à defesa em outras instâncias.

Criado em: 23/04/2025 00:30:24


Uma medida controversa adotada recentemente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) durante uma sessão, em 22 de abril de 2025, tem gerado forte reação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e acendido um debate preocupante sobre o respeito às prerrogativas da advocacia e os potenciais reflexos para a administração da justiça em todas as instâncias.

Segundo informações divulgadas e confirmadas pela OAB, o STF determinou o lacre dos telefones celulares de advogados presentes na sessão, sob a justificativa de garantir a integridade dos depoimentos e evitar vazamentos. A ação, considerada inédita e desproporcional por entidades da classe e diversos juristas, levanta questionamentos sobre a confiança depositada nos profissionais do direito e o tratamento dispensado à defesa no âmbito judicial.

A OAB, em resposta imediata, acionou o ministro Cristiano Zanin, manifestando profunda preocupação e indignação com o ocorrido. A entidade máxima da advocacia brasileira argumenta que a medida configura uma clara violação das prerrogativas dos advogados, asseguradas por lei, que incluem a liberdade e a independência no exercício da profissão.

"A advocacia é essencial à administração da justiça e deve ser exercida de forma livre e independente. O lacre de celulares de advogados durante uma sessão do STF representa um ato de desconfiança e um precedente perigoso para o livre exercício da defesa", declarou um representante da OAB em nota oficial.

A prerrogativa dos advogados de se comunicarem e utilizarem seus instrumentos de trabalho é fundamental para garantir a efetividade da defesa e o contraditório nos processos judiciais. Impedir o acesso aos seus telefones, mesmo que temporariamente, dificulta a comunicação com seus clientes, a consulta de documentos e a atuação diligente em prol dos interesses que representam.

O receio da OAB e de outros atores do sistema de justiça é que essa atitude do STF possa criar um precedente perigoso, influenciando a conduta de tribunais de instâncias inferiores. Se a mais alta corte do país adota uma medida considerada excessiva e desrespeitosa com as prerrogativas da advocacia, abre-se a possibilidade de que juízes e tribunais de primeira instância se sintam legitimados a adotar posturas semelhantes, fragilizando ainda mais a atuação dos advogados e, consequentemente, o direito de defesa dos cidadãos.

Os riscos para a justiça são evidentes. Uma advocacia enfraquecida e cerceada em suas prerrogativas inevitavelmente impacta a qualidade da defesa e a própria busca pela verdade real nos processos judiciais. A confiança entre os atores do sistema de justiça, essencial para o bom funcionamento do Judiciário, também pode ser abalada por medidas como essa.

O debate sobre o equilíbrio entre a necessidade de garantir a integridade dos processos judiciais e o respeito às prerrogativas da advocacia é crucial. Enquanto a busca por evitar interferências e vazamentos é legítima, as medidas adotadas devem ser proporcionais e não podem, em hipótese alguma, comprometer o livre exercício da defesa e a independência dos advogados.

A expectativa é que, diante da reação da OAB e da crescente preocupação da comunidade jurídica, o STF reavalie a medida e busque alternativas que garantam a integridade dos processos sem violar as prerrogativas da advocacia, pilares essenciais para a manutenção de um Estado Democrático de Direito. A sociedade como um todo deve permanecer atenta a este caso, pois ele reflete diretamente na forma como a justiça é conduzida e como os direitos dos cidadãos são protegidos.